CENIRA DE MELLO ENSAIOS ESCRITOS

Perder um filho que ainda está na barriga da Mãe (aborto) Qual  cor dos cabelos, olhos, expectativa se cria Enxoval, escolher o nome, que sexo seria? Os braços ficam esperando e a caminha continuará vazia. Sileciou antes de chorar o bebê que viria. Perder um filho quando ele dá os primeiros passos Nascem os primeiros dentes, vê-lo sorrir, ouvir seus gritinhos Amamentar, contar historinhas e cantigas de ninar A febre que não baixa quando tem que trabalhar A saudade e a lembrança sentindo o seu cheirinho Primeiras palavras, mamá, papá e o blá,blá,blá E chega um dia que nada pode escutar Os brinquedinhos estão no lugar. O bebê não está mais lá  nunca mais vai voltar Fica a imaginação, como seria sua educação Com quem seria parecido Se ele tivesse vivido Como esquecer e lidar com o sofrer? Perder um filho na adolecência Em pleno vigor, estudando, entrando para a Faculdade Se rebelando com a idade, descobrindo a identidade No interior ou na cidade, esquece da hor

jlcaontextos: A voz do intelecto é suave, mas jamais fraca SABER ESCUTAR Uma mãe falava sobre sua vida: 70 anos, a saúde comprometida e que seu filho mais velho havia voltado a morar com ela após separar-se da esposa e filha por muitos motivos, entre eles o àlcool. Seu filho é alcoolátra. Certo dia o filho começou chorar e perguntar porque ele tinha que sofrer tanto? Sapateou, gritou (geralmente é calado, contido) e a sua Mãe também chorando pediu para que o filho não fizesse mais isso, porque a deixava mal. Disse-me ela que não quer que o filho reaja do jeito que sabe. Ela não quer escutar o grito, o pedido de socorro do filho. Como é possível uma Mãe escutar o filho se ela não consegue se escutar? Perguntei a ela. O que ela preferia: Ter o filho ou não tê-lo? Ela respondeu o óbvio!!! E assim a humanidade vive, calada, sufocada, sem poder falar , tendo a vòz , sem poder respirar, tendo a respiração e ainda acreditam que vivem!!! Compreender o sofrimento da humanidade não