A ROCHA

Que nasceu como uma lava
Lançada por um vulcão
Em erupção.
Virou ROCHA.

Vivia na floresta
Adorava festa
Frutas e riachos
Rolava pelos penhascos.

Cantava com os passarinhos
Escondia-se dos vizinhos
Tímida se envergonhava
Da vida simples que levava

Sonhava com a cidade
Com a luz que não era da estrela
E nem da Lua
Se pos nua.

Vestida toda colorida
Se fazia divertida
Acreditava que sendo isibida
Seria compreendida

Desiludida sentia-se constrangida
Rolava daqui e dali
Pintada, maquiada
E nem era percebida

Subia nos saltos, mudava de lugar
Sonhava com um príncipe
Que pudesse lhe amar
Cansou de esperar.

Desesperançada
Se pos a soluçar e gritar
Ninguém a escutava
Parou de acreditar.

Rolou para o abismo
Outra rocha encontrou
Simples, natural e diferente
A abraçou e a escutou

Pegou uma picareta
E começou a quebrar
As vestes coloridas
Que fazia para a tristeza maquiar.

Varreu toda pintura
Que envolvia a falsa alegria
Empoierada, sufocada
Começou a respirar

Uma luz apareceu
Um diamante lapidado
Olhou para a outra rocha, a NATURAL
Agradesceu pelo AMOR ter encontrado.

Ganhou força e coragem
Passos firmes a trouxe de volta
A Rocha que estava morta

Amor VERDADEIRO
Despreendido e comprometido
Com a linguagem e com o ouvido
Um SER também DIFERENTE
RENASCEU!!
A ROCHA SOU EU!!!!!

CENIRA
26.01.2010

Comentários

  1. Querida! nossa, que texto único.
    Me impressiona o entusiasmo, a magia e o entrosamento que há entre os versos. É como se das cinzas re-surgisse um ser disposto a enfrentar qualquer obstáculo imaginável para alcançar o que deseja: a plenitude, o riso, a cor... a vida.
    Teus escritos me inspiram.

    Estava com saudades de vir aqui.
    Estive ausente por uma duas semanas, tanto que só agora retornei com o blog. Mas também aproveitei este tempo 'fora' para dedicar-me as leituras, ai são tantas.
    Freud e depois Lacan são aqueles que a cada passo dado, nos fazem ver que ainda todo um trilho... ainda bem, pois se fosse um percurso limitado, as transformações e possibilidades certamente também seriam.

    Um grande abraço.
    :)

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  2. Que rico texto escreveu aqui Renato!!!
    "FReud e depois Lacan são aqueles que a cada passo dado, nos fazem ver que ainda todo um trilho... ainda bem, pois se fosse um percurso limitado, as transformações e possibilidades certamente também seriam.
    Não cessa de se inscrever o novo SABER (DO INCONSCIENTE)NÃO SABIDO>.
    Tenho aprendido muito, lido pouco, construído nas experiências. Fazendo CIÊNCIA com meu INCONSCIENTE.
    Muito sofrido, interessante, resignificar com o andar.
    Saudades.
    Hoje estou mais triste!
    Mas EXISTO!
    Cenira

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  3. Oi querida.
    Vim responder teu doce comentário :)
    Com o retorno das aulas certamente atualizarei o blog com menor frequência, mas também acredito que é uma oportunidade para pensar mais sobre os escritos, sempre com o objetivo de fazer algo com zelo, in-comum.

    Me apóio no que disses, ainda que mais triste, existes. É exatamente isso, ainda que nos aproximemos muitas vezes de uma condição distante daquilo que gostaríamos, isso não retirará o dom de ser quem somos... e re-conhecidos por isso.

    Pois bem, voltarei sempre que puder.. sempre a lançar luz. rs

    Abraços.

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  4. Renato.
    Lançar LUZ.
    Já és a própria luz. Onde passa iluminada.
    Consegue se sustentar com seu próprio combustível.
    Não precisamos "VAMPIRIZAR" ninguém e nem deixar-mos nos "VAMPIRIZAR". Conquistamos EXISTIR simplismente graças a esse novo SABER NÃO SABIDO do INCONSCIENTE.
    Abraço
    Cenira

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